tá bom, mas não se irrite

Se eu tivesse que escolher uma série para, hã, levar para uma ilha deserta ou tivesse que escolher uma única série para assistir de novo e de novo só ela, eu não pensaria meia vez: “Chaves”.
Já tem meia internet teorizando sobre por que “Chaves” se tornou o fenômeno que se tornou, com seu jeito tosco e seus atores adultos vestidos de criança usando as mesmas roupas sempre e com as mesmas piadas e os mesmos bordões repetidos à exaustão, então eu não preciso fazer isso, nem quero.
Eu só queria dizer que com seis, quatorze ou trinta anos, com meus irmãos, com meus amigos de infância e adolescência e com meus sobrinhos, ver “Chaves” e “Chapolin” sempre foi e ainda é uma das minhas diversões favoritas. Assistir e falar sobre, e ligar para algum amigo para avisar que estava passando o episódio do Hector Bonilla, e lembrar de momentos raros, e dizer que não, o Chaves não mora no barril, ele mora no oito, e debater por horas qual era o melhor episódio (Chaves cortando o cabelo da Chiquinha de verdade no babeiro? Todos em Acapulco-Guarujá? Se você é jovem ainda? Seu Madruga carpinteiro? O dos baldes d’água? Espíritos zombeteiros? Morió-pase-pastel? O julgamento do Chaves? O gato ou o Quico? O que eu disse? E como é? Aritmetica ou geometria? Preferia ter ido ver o filme do Pelé...).
Um cara que escreveu uma série lá nos anos 70, 80 e que em 2014 ainda consegue fazer alguém rir gostoso de uma cena que já viu algumas dezenas de vezes antes, de uma frase que já ouviu centenas de vezes, consegue comover milhões de seguidores com uma tuitada qualquer, não tenho dúvida: esse cara é um gênio. E Roberto Bolaños, que morreu ontem aos 85 anos, era um gênio. Um dos maiores.
Descanse em paz, Chavinho.
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