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Um história que vale a pena ser contada, por ZECA CAMARGO

Músico e ator Emílio Dantas dá vida a Cazuza nos palcos












Quantas histórias podem justificar o título acima? Especialmente no que se refere à música popular brasileira? Esta é um pergunta que tenho feito com certa frequência recentemente - sobretudo com a onda de musicais inspirados em nossos grandes artistas. A última vez que discuti isso aqui foi quando assisti a "Elis - a musical". Agora, com "Cazuza - pro dia nascer feliz" estreando em São Paulo (depois de uma temporada de enorme sucesso no Rio), volto à discussão: quais dos nossos talentos atuais serão homenageados em espetáculos, digamos, da década de 50 - isto é, 2050? 

A tendência, que começou de maneira mais significativa com "Tim Maia - vale tudo" (e até mesmo com "Renato Russo"), agora está mais do que firmada nos nossos palcos. Além de "Cazuza", por exemplo, o público paulistano pode assistir a "Rita Lee mora ao lado". E, se pensarmos num futuro próximo, ainda temos uma certa "reserva de talentos" para explorar nos palcos. Eu gostaria de ver, para citar apenas alguns na minha "lista de desejos", um musical sobre Cássia Eller. Um sobre Raul Seixas. Elza Soares, de tudo que conheço sobre a vida da artista, daria também um bom argumento. Lulu Santos - com seu repertório impecável - também seria um forte candidato. Imagino que Caetano também renderia um bom material - se bem que aí estaríamos falando de uma maratona de mais de oito horas no palco, de tanto assunto que iria render. Não descartaria nem um musical contando a trajetória dos Secos e Molhados - tenho enorme curiosidade de como uma banda com um som (para não falar do visual) tão inesperado cresceu e floresceu numa das épocas mais repressoras do Brasil, o início dos anos 70. 

Mas e depois disso? Vamos falar de quem mesmo?

Quando escrevi sobre "Elis - a musical", brinquei de futurologia imaginando que, em 2044, o espetáculo do qual "todo mundo estava falando" era dedicado à "vida & obra" de Valesca Popozuda. Um exagero, claro. Mas olhe bem para nosso panorama do pop nacional e me responda com sinceridade: quem, dentre nossos astros, você gostaria de de ver representado nos palcos de amanhã? Pode ser que você tenha lembrado de Chorão, do Charlie Brown Jr - cuja morte chocante, no início do ano passado, potencializou ainda mais seu carisma e a capacidade de o público enxergá-lo como um herói trágico. Mas e além disso, quem você sugere? Que nome da MPB juntaria não só um conjunto musical relevante, mas também uma história envolvente - que vale a pena ser contada?

(E, já que estamos fazendo um exercício de imaginação, quem seriam os atores e atrizes que teriam a responsabilidade de interpretá-los? Afinal, boa parte do sucesso dessas montagens musicais recentes deve-se à competência de artistas impecáveis - quase todos revelações. Como Tiago Abravanel na pele de Tim Maia; Laila Garin, como Elis; Bruce Gomlevsky, nosso Renato Russo. Mas eu divago...).

Um ídolo é um ídolo não só por sua música. Quando elegemos alguém para nos inspirar, geralmente nos identificamos com algo mais do que suas canções: adotamos a sua visão de mundo, admirados sua atitude, seguimos seus pensamentos. De maneira geral, num processo de transferência nem sempre consciente, vivemos a vida dele (ou dela). É daquele jeito que gostaríamos ser. É daquela história que queremos fazer parte. Enfim: é aquilo que queremos ver no palco. E novamente faço a pergunta: quem, no cenário atual do nosso pop, tem uma história assim para contar?

Acesse o texto completo pelo link: http://g1.globo.com/pop-arte/blog/zeca-camargo/1.html

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