O senador Pedro Simon (RS) lembra com saudosismo a transformação do seu Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido que abrigou opositores da ditadura militar do Brasil, em Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), em 1980, após o governo de Ernesto Geisel pôr fim ao bipartidarismo.
Na semana em que o PMDB sacramenta o apoio à candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, em convenção marcada para 10 de junho, o senador gaúcho vê com tristeza o caminho seguido pelo partido, que mergulhou no submundo da política da troca de favores.
Pai de quatro filhos, o gaúcho de Caxias do Sul diz que a maior decepção de quase seis décadas de vida pública foi o Partido dos Trabalhadores (PT), que, segundo ele, oficializou a política do troca-troca. E, no poder, acabou virando as costas para as bandeiras da ética e da moralidade.
Sem a mesma vitalidade do líder estudantil de 1945, Simon perdeu a força para continuar na política, carreira que encerrará em 31 de janeiro de 2015, data em que termina o seu mandato e, coincidentemente, completa 85 anos de vida.
Como o senhor vê o desencanto da população com a classe política atualmente?
Precisamos de um governo que tenha condições de romper com o troca-troca, que acabe com a política do ‘é dando que se recebe’, o chamado pacto da governabilidade. Tem que fazer um pacto com a nação, com a sociedade. É a única chance até de fugir do ciclo PT-PSDB, PSDB-PT.
O que pensa a respeito das manifestações populares que são esperadas para o período da Copa? Elas são fogo de palha, como na época da Copa das Confederações?
A mocidade trouxe duas grandes decisões para o Brasil: a aprovação do projeto da Ficha Limpa, que nunca seria aprovado caso não houvesse pressão, e o julgamento do mensalão. Sobre a Copa, eu rezo para que não seja um fiasco. Em 1970, ganhamos a Copa do México. O governo do (ex-presidente Emílio Garrastazu) Médici fez um carnaval. Com a Copa no Brasil, é normal que o governo faça publicidade. Espero que não tenha manifestação com violência, com radicalização. Agora, defendo que os jovens saiam para as ruas. Os jovens bem intencionados terão grande influência e serão decisivos nas eleições para presidente.
Leia a íntegra em Pedro Simon diz que o PT oficializou a política do troca-troca
(Com Blog do Noblat)
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