"Entre as referências ao filme "Orfeu Negro" e ao futebol brasileiro, além das citações a Jorge Ben Jor e Paulo Coelho, Barack Obama mandou seu recado à comunidade internacional em seu discurso no Theatro Municipal . Ao balizar sua teoria política em conceitos universais, procurou justificar sua práxis de governo em meio às turbulências no mundo árabe - com uma nova frente de guerra aberta na Líbia - e discordâncias na diplomacia internacional. Obama fez uma vigorosa defesa da democracia como valor universal e modelo exclusivo de governo capaz de promover o progresso, a paz social e o desenvolvimento humano. Com agudeza, mas num sincero gesto em relação ao seu anfitrião, usou o Brasil, país com o qual os EUA experimentaram fricções nos últimos dois anos, para sustentar seu pensamento.
O Brasil é um dos maiores exemplos de transição de um regime ditatorial para a democracia, disse, aludindo aos novos governos que surgirão após as revoltas que derrubaram líderes autoritários no Egito, na Tunísia e ameaçam outros países da região. Obama não relembrou, mas é sabido que o Brasil costurou laços de amizade com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e disse não às sanções contra Teerã, por causa de seu programa nuclear. Semana passada, o Brasil se absteve na votação na ONU que autorizou a ação militar na Líbia."
Fonte: O Globo
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