Pular para o conteúdo principal

O dia do '4', por THAIS HERÉDIA

E o dólar atravessou a barreira psicológica dos R$ 4 neste 22 de setembro de 2015. Esse dia chegou muito rápido e anuncia que a correção do “preço Brasil” está longe do fim. A avaliação sobre o país está sem parâmetro e por isso está tão difícil dar valor ao risco que se corre ao investir aqui. A pergunta embutida na cotação do câmbio pode ser a seguinte: até onde vai a ousadia dos políticos e governantes do Brasil?
A ousadia de desafiar a capacidade de multiplicação do dinheiro público parece não ter chegado ao limite ainda. O atrevimento não é privilégio do Congresso Nacional rebelde e suas pautas bombas, conduzido pelo PMDB nos últimos meses. Desde 2009 o governo vem pesando a mão na condução do orçamento federal, financiando a “nova matriz econômica” num ritmo crescente até chegar ao fundo do poço. Ou melhor, até atravessar o fundo do poço aumentando a dívida pública e inviabilizando a gestão mínima dos cofres públicos.
O dólar a R$ 4 num espaço tão curto de tempo é uma “queda na real” sobre a situação da economia brasileira e a extensão dos estragos provocados pelo modelo econômico adotado nos últimos anos. Imagine você que o dólar terminou 2014 valendo pouco mais de R$ 2,70! Repito: R$ 2,70. E no começo deste ano, os economistas previam que a moeda americana chegaria a módicos R$ 2,80 em 2015 – em todo o ano. Não, não estou enganada. Eram R$ 2,80 mesmo.
Essa mudança radical nas estimativas mostra que, mesmo diante de um cenário negativo e desfavorável já conhecido há 9 meses, havia uma esperança de que o bom senso teria algum lugar nas cadeiras de Brasília. Era ilusão, não esperança. A cegueira política foi mais forte e vem impondo ao país uma pauta insana de reformas, irresponsável no trato do dinheiro público e sem precedentes no egocentrismo e interesse partidário.
A sequência de perdas acumuladas em 2015 estava fora de qualquer cenário, mesmo dos mais pessimistas. A perda do grau de investimento era coisa pra 2016. A recessão era coisa “só” para este ano – agora vai pegar 2016 também. A falência do orçamento público nem se cogitava. A inflação bem acima da meta era um preço alto a se pagar com prazo até meados do ano que vem – sem precisar beliscar os dois dígitos como vemos agora.
Em economia sempre é possível fazer contas estapafúrdias, considerando teorias realistas. São duas as medidas básicas de valores em dinheiro: a nominal e a real. A primeira é o número do momento; a segunda é o valor descontado da inflação, ou seja, aquele que reflete o “poder de compra” da moeda. Se levarmos em conta a inflação de 2002 para cá, os R$ 3,98 por US$ 1 de 2002 valem cerca de R$ 6,50 hoje.  Isso significa que os R$ 4 ainda são pouco? Não. Felizmente esse cálculo não é tão cartesiano assim.
Quem arrisca um palpite para o valor da moeda americana? Com alguma responsabilidade, ninguém. Enquanto não for possível entender qual o valor que os governantes e legisladores dão ao país, fica difícil fixar o preço do risco Brasil. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A história do lápis, POR paulo coelho

O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou: - Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso, é uma história sobre mim? A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto: - Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse. O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.   - Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida! - Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.   “Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade”. “Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o ...

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO: Filha de cobrador de ônibus que ir para HARVARD

"Mais do que 30 medalhas conquistadas em olimpíadas de física, química, informática, matemática, astronomia, robótica e linguística no mundo todo, a estudante Tábata Cláudia Amaral de Pontes, de 17 anos, moradora de São Paulo, guarda lembranças, contatos, culturas e histórias dos amigos estrangeiros que fez por onde passou. Bolsista do Etapa,Tábata que é filha de uma vendedora de flores e um cobrador de ônibus conclui em 2011 o terceiro ano do ensino médio e encerra a vida de "atleta." O próximo desafio é ingressar na universidade. A jovem quer estudar astrofísica e ciências sociais na Harvard University, nos EUA, ou em outra instituição de ensino superior americana. Está participando de oito processos seletivos para conseguir bolsa de estudos. "Com ciência é possível descobrir o mundo. Eu me sinto descobrindo o mundo e fico encantada com o céu" Tábata Amaral, estudante Também vai prestar física na Fuvest, medicina na Universidade Estadual de Campinas (Un...

Felicidade é sentir-se pleno

Não permita que a irritação e o mau humor do outro contaminem sua vida. Não permita que a mágoa alimentada e as reações de orgulho do outro definam a sua forma de reação.  Se alimente de um amor pleno a tal ponto que não seja contaminado por aquilo que lhe é externo. Não gere expectativas que a sua felicidade dependerá de alguém ou de alguma coisa, ou de alguma conquista. Não  transfira ao outro ou a uma circunstância aquilo que é sua tarefa. A felicidade é  um estado interior que se alcança quando se descobre a plenitude com aquilo que nos relaciona com o "todo", com o universo, com Deus. A felicidade está na descoberta da sua missão, do fazer humano em benefício do próximo, da tarefa inarredável de tornarmos este mundo melhor com a nossa presença. Ser feliz é uma atitude, uma ação, um movimento para o bem. É encher-se de  amor pela aventura da vida, é construir esperança no meio do caos, é sempre ter um sorriso aberto para o que destino nos apresenta. Felicidade é ...