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É PRECISO AMAR OS LIVROS E RECONSTRUIR AS PRIORIDADES

Desde muito cedo admirei os livros por entender que eles me proporcionavam conhecimento e enriquecimento cultural. Quando comecei a trabalhar, por volta dos 17 anos, assumi o compromisso de destinar parte dos meus parcos vencimentos para a compra de livros. Fiz e faço isto até hoje.
Não me arrependo um só instante dessa decisão. Ao contrário, agradeço a Deus ter me iluminado a assumir essa prioridade para a minha vida. Não foram poucos os reais que a este objetivo dediquei e dedico. Muitas vezes os colegas questionavam por que eu não tinha o carro do ano, o último celular da praça, a blusa de marca. Respondia sempre que essas não eram prioridades minhas. Ao investir nos livros estava proporcionando a mim uma riqueza que as traças nem os larápios iriam lapidar ou surrupiar.
O conhecimento é um dos mais valiosos bens da vida. Através dele vem o amadurecimento, o crescimento espiritual e o sucesso profissional. Investir nos livros é despertar para um mundo novo a cada instante, enxergar novos horizontes, viajar por terras desconhecidas, conhecer os mares e suas procelas, iluminar-se pelo encanto dos poetas e divagar pelos labirintos da existência.
É lamentável constatarmos que o brasileiro lê muito pouco. Senti essa experiência de perto quando ensinava literatura. Os alunos não conheciam nossos maiores escritores como Machado de Assis e Guimarães Rosa; poucos sabiam de Cervantes e Fernando Pessoa, ignoravam os filósofos e se permitiam fazer seus trabalhos escolares através de cópias da Internet. Isso se agravava ainda mais quando se verificava que os pais também não liam.
Não acredito em um país sem leitores. São cegos travestidos de cidadãos. Na verdade, uma massa manobrada e vulnerável, suscetível às influências ideológicas nefastas. Resultado: Nossos representantes são os piores possíveis. Elegem-se políticos inescrupulosos e assiste-se à carnificina de nossas instituições. Ah! Como os livros nos ajudam a ver melhor, a perceber melhor , a entender melhor. Espero um dia que o livro se torne a paixão nacional, todavia enquanto essa paixão for somente o futebol só teremos pão e circo.



Comentários

  1. Amigo-irmão Carlinhos, quanta luz, sensatez e coerência em " É preciso amar os livros e reconstruir as prioridades." Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência, o mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo " para poder transformá-lo. Dizia com muita propriedade: " Educar é criar no outro o encanto da possibilidade. " Eterno aprendiz que sou, posso afirmar que, se tive alguma bela sinapse, foi mais pela transpiração, digo, reflexão de edificante leitura que fiz , que por inspiração própria. Lembro-me bem de duas brilhantes ideias do eterno Professor Padre Osvaldo Carneiro Chaves, que se tornaram inspiradoras e memoráveis frases: " A imitação é o talento dos que não nasceram gênios." e " Um dia sem aprender é um dia sem sol. " Muito grato, Padre Osvaldo. Cordialmente, R

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  2. " O mundo é um livro e quem fica sentado em casa lê somente uma página. " Ou você não acha que Santo Agostinho tinha razão? Parafraseando Carlos Drummond de Andrade , " o hábito da leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade não sente essa sede." É sobejamente conhecido o que dizia o grande mestre Padre Antônio Vieira : " O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia,um morto que vive." Amigo-irmão Carlinhos, grato sou pela sua paciência de Jó e pela confiança. Não fora elas, seria quase impossível dar esses cliques numa madrugada de segunda-feira... R

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  3. CARLINHOS, com a inabalável confiança , digo,a ousadia dos Bons Amigos, embora tardiamente, mas não menos interessante, sugiro um " benfazejo retrospecto literário " .É que caiu em minhas mãos Memorável Artigo da Revista Veja Editora Abril , ESPECIAL de 19 de dezembro de 2012 : A REVOLUÇÃO DO PÓS-PAPEL. Ler e escrever na Era Digital afeta sobremaneira nosso modo de pensar e agir..., salvo melhor juízo. Freud que me perdoe, pois agora mesmo meu super-ego desapareceu... Que seja justificável tal sumiço, fazendo dele, com isenção, uma " boa leitura "... É tudo que desejo " aqui e agora " ! R

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