“O papa Francisco condenou nesta segunda-feira o chamado lobby gay” do Vaticano durante uma coletiva de imprensa improvisada a bordo do avião que o conduzia do Brasil de volta à Itália, na qual ressaltou que não pretende julgar os homossexuais. “Nenhum lobby é bom”, declarou o Papa, que considera que “não se deve marginalizar pessoas que precisam ser integradas na sociedade”.
“O problema não é ter essa orientação. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby por essa orientação, ou lobbies de pessoas invejosas, lobbies políticos, lobbies maçônicos, tantos lobbies. Esse é o pior problema”, disse. “Se uma pessoa é gay e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?”, ressaltou. Tratou-se da primeira coletiva de imprensa desde que foi eleito em março ao trono de Pedro, e foi dada depois de sua histórica visita ao Rio de Janeiro por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.
Amável, divertido, mas prudente, Francisco respondeu às perguntas feitas por 15 jornalistas, sem se esquivar de nenhuma tema, tomando seu tempo para pensar em cada uma. Questionado sobre o caso do “escandaloso caso de amor” entre o monsenhor Battista Ricca, nomeado pelo Papa Francisco recentemente a um cargo estratégico no banco do Vaticano, e um capitão da guarda suíça, como exemplo da rede no Vaticano por acesso a cargos de poder, o Papa admitiu que não tinha informações sobre esse controverso passado. “Pedi uma breve investigação sobre ele e não encontramos nada contra”, disse. “Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um documento de identidade dizendo que é gay”, brincou.
“O catecismo da Igreja Católica é muito claro e diz que não devemos marginalizar as pessoas que devem ser integradas na sociedade”, acrescentou. Ao abordar a sexualidade em geral dentro da Igreja, o Papa fez uma diferença entre crimes como o “abuso infantil” e os chamados “pecados da juventude”. “Leigos, padres, freiras, cometem pecados e então se convertem. Quando o Senhor perdoa, se esquece de tudo”, acrescentou.”
(Com AP)
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