“Das 16 horas da última sexta-feira, 21, até as 20 horas de
ontem, pelo menos 144 condutores foram apanhados dirigindo nas rodovias
cearenses após a ingestão de álcool. Destes, 11 foram presos e 133,
autuados. Em relação ao feriadão de Natal do ano passado, houve aumento
de 118% no número de autuações em rodovias estaduais. Em 2011, 61
motoristas foram flagrados dirigindo sob o efeito de álcool. A operação
de Natal anterior, porém, durou apenas três dias.
O número de 2012 não leva em conta o balanço total das ocorrências
registradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que deve ser
divulgado hoje. Das 11 prisões efetuadas, 10 ocorreram em rodovias
estaduais. A única detenção informada pela PRF foi registrada ontem, na
BR-222, na cidade de Sobral. Todos os motoristas detidos foram
conduzidos a delegacias e liberados após pagamento de fiança. Eles
responderão aos processos em liberdade.
Apesar das regras que tornaram mais rígida a Lei Seca, a maioria dos
motoristas flagrados vai responder somente a processos administrativos e
pagará multa, que, com a nova Lei Seca, passou de R$ 957,70 para R$
1.915,40. Dos condutores responsabilizados criminalmente, parte fez o
teste do bafômetro, que apontou uma concentração igual ou superior a 0,3
miligramas de álcool por litro de ar. Alguns dos motoristas detidos
dirigiam nas cidades de Aquiraz, Baturité, Maracanaú, Umirim, Aracati,
Sobral e Pajuçara.
O soldado da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) Rômulo Falcão aponta
que existem dificuldades em colocar em prática as novas regras da Lei
Seca. De acordo com o policial, muitos condutores que se recusam a fazer
o teste do bafômetro não apresentam sinais de embriaguez que possam,
por exemplo, ser filmados ou constatados por testemunhas para servir de
prova. Rômulo cita o caso de um motorista que tinha sinais claros de
dificuldades motoras.
“Esses condutores foram enquadrados no artigo administrativo. Se você
sair para um bar e tomar pouca bebida, sem demonstrar sintomas de
embriaguez, numa possível gravação, você sai normal, sem nenhum sinal”,
diz Falcão, apontando uma das fragilidades da lei. “O que foi bom na
mudança da Lei Seca é que aquela pessoa flagrada às quedas e que se
recuse a fazer o teste de bafômetro, já podemos atestar que ela está
embriagada”, atesta. Com a mudança na Lei Seca, o motorista poderá ser
submetido a teste, exame clínico, perícia ou a outro exame para
verificar a suspeita de álcool ou de outra substância psicoativa.”
(O POVO)
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