MUDANÇA NO VESTIBULAR CAUSA POLÊMICA: Reitores de universidades federais defendem cota para alunos locais
"Com a criação do novo Enem, reitores de universidades federais querem criar cotas regionais para evitar que as faculdades sejam "invadidas" por alunos de outros Estados, já que os candidatos poderão concorrer em várias instituições fazendo uma única prova. A proposta deverá ser discutida pela Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior.
O objetivo, segundo o presidente da entidade e reitor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Amaro Pessoa Lins, é fortalecer o ensino regional e manter o cenário atual, no qual a maioria dos matriculados é oriunda do ensino médio do próprio Estado.
"Há uma grande diferença entre o ensino nas diversas regiões do país. Não é justo, principalmente nos cursos com demanda alta, como medicina, termos estudantes concorrendo no mesmo nível", diz Lins. "Somos uma universidade no meio do sertão. Se você coloca em situação de igualdade o [nosso] estudante com um paulista ou do Sul, isso poderá ser um problema", diz o reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, José Weber, que defende a reserva de vagas.
Sem salvaguardas, os reitores acreditam que haverá distorções, já que o aluno escolherá a universidade sabendo sua nota do Enem. Isso permitirá que ele opte por uma federal de outro Estado se achar que não terá chance em uma mais disputada de seu local de origem.
Os dados do Enem 2008 mostram que esse temor é procedente. Na prova deste ano, os alunos do Sudeste obtiveram o melhor desempenho: 51,21 pontos, em escala de zero a cem, na nota que une a prova objetiva e a redação. Em segundo lugar ficou o Sul, com 50,86.Norte e Nordeste tiveram média cinco pontos menor -45,89 e 46,2, respectivamente. A comparação tem ressalvas, já que as notas médias não mostram nem os melhores alunos do interior do Norte e Nordeste nem os piores das capitais do Sul e Sudeste. De toda forma, são indicadores do nível educacional de cada localidade.
Reitor da UFBA, Naomar de Almeida Filho, é uma das poucas vozes dissonantes. "A mobilidade que se está esperando irá contribuir com o desenvolvimento regional", afirma.
O objetivo, segundo o presidente da entidade e reitor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Amaro Pessoa Lins, é fortalecer o ensino regional e manter o cenário atual, no qual a maioria dos matriculados é oriunda do ensino médio do próprio Estado.
"Há uma grande diferença entre o ensino nas diversas regiões do país. Não é justo, principalmente nos cursos com demanda alta, como medicina, termos estudantes concorrendo no mesmo nível", diz Lins. "Somos uma universidade no meio do sertão. Se você coloca em situação de igualdade o [nosso] estudante com um paulista ou do Sul, isso poderá ser um problema", diz o reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, José Weber, que defende a reserva de vagas.
Sem salvaguardas, os reitores acreditam que haverá distorções, já que o aluno escolherá a universidade sabendo sua nota do Enem. Isso permitirá que ele opte por uma federal de outro Estado se achar que não terá chance em uma mais disputada de seu local de origem.
Os dados do Enem 2008 mostram que esse temor é procedente. Na prova deste ano, os alunos do Sudeste obtiveram o melhor desempenho: 51,21 pontos, em escala de zero a cem, na nota que une a prova objetiva e a redação. Em segundo lugar ficou o Sul, com 50,86.Norte e Nordeste tiveram média cinco pontos menor -45,89 e 46,2, respectivamente. A comparação tem ressalvas, já que as notas médias não mostram nem os melhores alunos do interior do Norte e Nordeste nem os piores das capitais do Sul e Sudeste. De toda forma, são indicadores do nível educacional de cada localidade.
Reitor da UFBA, Naomar de Almeida Filho, é uma das poucas vozes dissonantes. "A mobilidade que se está esperando irá contribuir com o desenvolvimento regional", afirma.
Fonte: Agência Folha
VAMOS NÓS: A preocupação dos reitores tem sua razão de ser, todavia cria uma reserva de mercado inapropriada e xenófoba. Nos tempos hodiernos, não mais cabe colocar os problemas debaixo do tapete. O que é preciso é garantir um ensino universal e de qualidade para todos. Criar castas não vai ajudar a solucionar a pendenga, além de privar as faculdades da dinamicidade de cérebros e das vertentes diferenciadas de pensamentos. Como sempre se promove o mais fácil e se ignora a solução real para o problema.
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