O salário inicial dos professores, no Brasil, é um dos mais baixos entre os integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, e mesmo entre os países latino-americanos, abaixo do Chile, Colômbia e México. Na pré-escola, paga-se menos da metade da média mundial. É o que mostra o mais recente relatório dos sistemas educacionais do mundo, Education At a Glance 2015.
As salas de aula brasileiras estão entre as que têm mais alunos por professor. Quanto ao preparo docente, 37% dos mestres declaram necessidade de mais formação para o uso das tecnologias, enquanto que, na média da OCDE, só 15% manifestam tal lacuna.
Baixa remuneração, excesso de alunos por turma e insegurança quanto a um importante ambiente de aprendizagem da atualidade, o tecnológico, acabam derivando no abandono da profissão. É o que nos conta o mesmo relatório: mais da metade dos professores dos anos iniciais do ensino fundamental brasileiro tem menos de 40 anos de idade e apenas 15% deles tem mais do que 50. Aliás, somos o segundo colocado na lista de países com menos professores de 50 anos nesse nível de ensino. Dos que entram no magistério, poucos permanecem.
Nesse rápido olhar sobre a educação global, outro dado chama a atenção: o Brasil é um dos países que alocam maior percentual de recursos na educação, com relação ao gasto público total; mas, ainda assim, investe pouco por aluno: US$ 3.441 dólares americanos/ano, simplesmente US$ 5.876 dólares a menos do que a média da OCDE.
Ora, não há milagres. As consequências desse quadro inquietante aparecem páginas à frente, no mesmo relatório. Aumentou a quantidade de alunos formados no ensino médio, mas os índices de aprendizagem (por exemplo no PISA) seguem baixos e só 14% dessa mesma população conclui o ensino superior. Muita quantidade, pouca qualidade. Prova de que, em educação, o Brasil continua investindo menos do que deveria e ainda gasta mal, comparado com outros sistemas educacionais do mundo.
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