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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Dez Direitos do Coração, POR LEONARDO BOFF

Atualmente se constata fecunda discussão filosófica sobre a  necessidade  do resgate da razão cordial, como limitação da excessiva racionalização da sociedade e como enriquecimento da razão instrumental-analítica, que deixada em livre curso,pode prejudicar a correta a relação para com a natureza que é de pertença e de respeito  a seus ciclos e ritmos. Elenquemos aqui alguns direitos da dimensão do coração. 1.   Proteja o coração que é o centro biológico do corpo humano. Com suas pulsações irriga com sangue todo o organismo fazendo que viva. Não sobrecarregue-o com demasiados alimentos gordurosos e bebidas alcoólicas. 2.    Cuide  do coração. Ele é o nosso centro psíquico. Dele sai, como advertiu Jesus, todas as coisas boas e ruins. Comporte-se de tal maneira que ele não precise se sobressaltar face aos riscos e perigos. Mantenha-o apaziguado com uma vida serena e saudável. 3.   Vele seu coração. Ele representa a nossa dimensão do profundo. Nele se manifesta a consciência que  se

O ostracismo dos sábios, por VASCO ARRUDA

Semana passada recebi uma ligação de uma instituição que acolhe idosos. A pessoa do outro lado da linha iniciou um discurso que começava com a informação: “Não sei se é do conhecimento do senhor, mas ultimamente tem aumentado muito o número de idosos abandonados em Fortaleza”. Depois de ouvir as razões aduzidas para a solicitação de que eu colaborasse com um donativo, falei que gostaria de conhecer melhor a instituição. Dias depois, tive oportunidade de conversar com a assistente social, ocasião em que chequei a informação inicial, prontamente confirmada. A conversa me fez recordar um trecho do livro  Envelhescência: um fenômeno da modernidade, à luz da psicanálise , em que a psicanalista Sylvia Salles Godoy de Souza Soares afirma: ”O tema – envelhecimento – ocupa, desde sempre, um lugar de suma importância nas indagações do ser humano. Sua relevância acentuou-se no final do século XX, seja por sua correspondência a uma parcela da população cada vez mais extensa e representativa, se

REFLEXÃO PARA O TEMPO DA QUARESMA

Quando tratamos da fé, muitas vezes ficamos intimidados de dizer a alguém que acreditamos em um Ser Superior. Parece que tal afirmação tem  um sentido  pejorativo, antiquado e medievalesco. Ao longo do tempo, com o humanismo, o iluminismo e o existencialismo, o homem pretendeu ser e dar respostas a tudo. O conhecimento científico tornar-se-ia a redenção do mundo. A partir dele sairíamos das trevas para a luz. Não haveria mais perguntas sem respostas. O homem passou a ser a medida de todas as coisas. Não havia mais  necessidade das religiões, muito menos de um Deus, com um código de condutas. Liberdade total era a palavra de ordem! A ciência curaria as doenças  e homem  teria felicidade plena, principalmente porque quebraria as amarras  que o prendiam às entidades transcendentes. Nesse contexto, intelectualidade rimava com racionalismo, ateísmo, negativização do transcendente. Imagine alguém versado nas ciências, dotado de raciocínio lógico, acreditar em Deus? Absurdo!diziam os

PODEMOS IR MUITO LONGE

Não são pouco aqueles que têm dificuldade em aceitar a si mesmo. Olham-se no espelho e se sentem o pior dos mortais. Nutrem um pessimismo sobre o futuro e se deixam destruir pela depressão, pela distonia e pelo desânimo. Sempre indago dos meus alunos qual a primeira declaração de amor que se deve fazer na vida. A maioria responde que essa manifestação de sentimento deve ser dirigida, primeiramente aos pais e depois às pessoas com quem nos relacionamos. Mal sabem que estão redondamente enganados. Nossa primeira declaração de amor deve ser conferida a nós mesmos. Aqueles que não se amam são incapazes de amar alguém. Amar a si mesmo não é um gesto de egocentrismo, mas sim um reconhecimento que somos um templo de Deus. Em nosso interior habita a centelha divina e por isso fazemos parte dessa genialíssima obra da criação. Imagine que somos mais de 6 bilhões de homens e mulheres e mesmo a meio de tantas multiplicidades não há sequer um igual ao outro, nem mesmo os gêmeos univitelinos. Som