Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2016

Ainda dá tempo de arrumar a economia, é só querer, POR JOÃO SICSU

Não são necessários números para mostrar como está ruim a situação econômica e social do País. Após cinco anos de mudanças contínuas na política econômica e social deixada pelo ex-presidente Lula, os resultados são desastrosos. O segundo mandato de Lula adotou um modelo econômico de políticas fiscais anticíclicas, de ampliação de gastos sociais e de valorização do papel das estatais. Tal modelo produziu condições extraordinárias para um grande salto rumo ao desenvolvimento. Mas tudo foi sendo desmontado. O primeiro sinal que tudo mudaria foi dado ainda em 2010. Logo após a vitória eleitoral da candidata Dilma, em dezembro de 2010, medidas macro-prudenciais de contração do crédito foram tomadas – e quando Alexandre Tombini substituiu Henrique Meirelles no Banco Central (em janeiro de 2011) iniciou um ciclo de elevações da taxa de juros Selic. Em paralelo, o ministro da Fazenda declarava que tínhamos que reduzir o crescimento. Então, uma grande contração fiscal foi colocada em prática

A sociedade do cansaço e do abatimento social, por Leonardo Boff

Há uma discussão pelo mundo afora sobre a “sociedade do cansaço”. Seu formulador principal, é um coreano que ensina filosofia em Berlim, Byung-Chul Han, cujo livro com o mesmo título acaba de ser lançado no Brasil (Vozes 2015). O pensamento nem sempre é claro e, por vezes discutível, como quando se afirma que “cansaço fundamental” é dotado de uma capacidade especial de “inspirar e fazer surgir o espírito” (cf. Byung-Chul Han, p. 73). Independentemente das teorizações, vivemos numa sociedade do cansaço. No Brasil além do cansaço sofremos um desânimo e um abatimento atroz. Consideremos, em primeiro lugar, a  sociedade do cansaço . Efetivamente, a aceleração do processo histórico e a multiplicação de sons, de mensagens, o exagero de estímulos e comunicações, especialmente pelo marketing comercial, pelos celulares com todos os seus aplicativos, a superinformação que nos chega pelas mídias sociais, nos produzem, dizem estes autores, doenças neuronais: causam depressão, dificuldade de ate

O filme de terror de Dilma Rousseff, por Hélio Gurovitz

Precisávamos de cortes, vieram mais gastos. Queríamos menos Estado, veio mais imposto. A reunião do Conselhão presidida ontem pela presidente Dilma Rousseff (foto), com a presença de empresários, banqueiros e lideranças da sociedade civil, parecia um daqueles filmes de terror em que o pior vai acontecendo, e vai acontecendo, e vai acontecendo. E vai piorando, piorando, piorando – aí piora ainda mais. Queremos que o terror pare, então lá vem outra tragédia. Nunca para. Fechamos os olhos e ouvimos os gritos da plateia. Lá está o Freddy Kruger da nova matriz econômica a pôr a mão de novo para fora do túmulo. Lá estão os zumbis da estadolatria a repetir a mesma marcha fúnebre. Gritamos: “Não! Não! Não!”. De nada adianta. Tome CPMF, tome mais estímulo estatal ao crédito e ao consumo, em plena decolagem da espiral inflacionária, a sugar o sangue da população, a levar os preços para o alto e a destruir nossa riqueza. Não há alho nem cruzes para afastar os vampiros. Estamos todos…, be

A elegância de David Bowie, POR ZECA CAMARGO

Ontem mesmo, de madrugada – e antes de saber da sua morte –, lembrei-me de David Bowie. Mais precisamente, foi quando Lady Gaga subia ao palco para receber seu Globo de Ouro como melhor atriz em minissérie ou filme para TV (por “American horror story: Hotel”). Ali estava uma artista que a gente pode chamar de “camaleônica”, que se aventura em todas as artes, que inventa personagens, que se renova sempre… Enfim, como David Bowie ensinou que tem que ser feito – se você quer ter alguma relevância na cacofonia do pop & rock.   Nesse sentido – e em tantos outros – ele foi um mestre generoso, tão plural e inesperado, que seus fãs eram os primeiros a desculpar um deslize: um disco menos impactante, um filme mais “trash”. “Tudo bem”, os admiradores devotos falavam baixinho, daqui a pouco ele se reinventa e vem com coisa boa. Como fez agora com “Blackstar”, seu derradeiro álbum. Mais uma vez a gente se perguntava: para onde ele está apontando? E a resposta era sempre imprevisível.

Gonçalo M.Tavares escreve sobre a fragilidade e a desorientação do presente, por LUCIANO TRIGO

Hanna, uma adolescente de 14 anos com Trissomia 21 (Síndrome de Down) é a protagonista do novo romance de Gonçalo M.Tavares. Em algum momento do pós-Segunda Guerra, perdida numa cidade próxima a Berlim, ela procura seu pai. Hanna fala com dificuldade, não entende nada do que acontece à sua volta nem percebe o raciocínio dos outros. Um homem com pressa e possivelmente em fuga, Marius, se compadece dessa menina indefesa e decide acompanhá-la, numa busca que atravessa vários cenários sombrios. Finalmente em Berlim, os dois chegam a um hotel com corredores povoados por fantasmas da guerra, que circulam entre as obsessões e os escombros do século 20. Com esse enredo atípico, o escritor português Gonçalo M.Tavares se afasta dos jogos formais e abstratos que caracterizam a maioria de seus livros, o que sugere que ele próprio, como seus personagens, está engajado numa procura fundamental. E a narrativa de seu romance também conta, de certa forma, a história dessa procura, a de um escrito

TJCE convoca 76 aprovados em concurso de juiz estadual

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) convoca 76 aprovados em concurso público para provimento do cargo de juiz substituto do Poder Judiciário. Todos assumirão as funções em comarcas do Interior. Eles devem apresentar a documentação exigida no  Edital de Convocação (nº 3/2016)  até o próximo dia 28 de janeiro. A previsão é que a posse dos novos magistrados aconteça no dia 25 de fevereiro, durante sessão do Pleno do TJCE. Os pedidos ou ratificações de pedidos para figuração no final da lista classificatória só podem ser feitos entre os dias 15 e 21 de janeiro, conforme o edital publicado no Diário da Justiça do último dia 14. Ainda de acordo com o documento, no dia 12 de fevereiro será realizada a sessão pública para a escolha das atuais comarcas vagas de provimento inicial. No entanto, a ordem de classificação final do candidato no concurso definirá a sequência de escolha da comarca. Para a presidente do Tribunal, desembargadora Iracema Vale, a chegada dos novos 76 juízes

Repensar a política, por merval pereira

Essas mudanças de partidos, um troca-troca interminável, muitas apenas previstas, mas tantas outras concretizadas, são a evidência cristalina de que precisamos urgentemente tratar de uma reforma que obrigue os políticos a se darem o respeito que deveriam merecer por serem representantes do cidadão brasileiro. Mas eles pensam primeiro em seus interesses pessoais, e trocam de siglas como se elas fossem aquelas peças de tamanho único que servem para todos os tipos de pessoas.  Os potenciais candidatos à presidência, por circunstâncias específicas ou mero arranjo político de ocasião, passaram por diversos partidos, não sendo incomum que um mesmo político tenha participado de nada menos que oito siglas, ou até mais, durante sua carreira política, muitas delas conflitantes entre si. Os mais coerentes são os do PT e do PSDB, não por acaso as duas siglas que polarizam a política nacional. Mas, nos bastidores, há movimentos por parte de potenciais candidatos tucanos para abrir mão da coer

LUCIANO FEIJÃO MAIS UMA VEZ NO TOPO DA UVA

Paz: um bem escasso e sempre desejado, POR LEONARDO BOFF

Leonardo Boff * PUBLICIDADE O que mais se ouve no princípio de cada ano novo são os votos de paz e de felicidade. Se olharmos com realismo a situação atual do mundo e mesmo dos distintos países, inclusive do nosso, o que mais falta é justamente paz. Ela é um bem tão precioso que sempre é desejado. E precisamos nos empenhar muito (quase ia dizendo...precisamos lutar, o que seria contraditório) para conseguir aquele mínimo de pez que torna a vida apetecida: paz interior, paz na família, paz nas relações de trabalho, paz no jogo político e paz entre os povos. E como é necessária! Além dos atentados terroristas, existem no mundo 40 focos de guerras ou conflitos, geralmente, devastadores. São muitas e até misteriosas as causas que destroem a paz e impedem a sua construção. Restrinjo-me à primeira delas: a profunda desigualdade social mundial. Thomas Piketty escreveu um inteiro livro sobre  A economia da desigualdade  (Intriseca 2015). O simples fato de que cerca de 1% de multibilhardá

PAPA FRANCISCO - UMA REFLEXÃO PARA TODOS NÓS

Amados irmãos, Ao final do Advento, encontramo-nos para as tradicionais saudações. Dentro de alguns dias teremos a alegria de celebrar o Natal do Senhor; o evento de Deus que se faz homem para salvar os homens; a manifestação do amor de Deus que não se limita a dar-nos algo ou a enviar-nos uma mensagem ou alguns mensageiros, doa-se-nos a si mesmo; o mistério de Deus que toma sobre si a nossa condição humana e os nossos pecados para revelar-nos a sua Vida divina, a sua graça imensa e o seu perdão gratuito. É o encontro com Deus que nasce na pobreza da gruta de Belém para ensinar-nos a potência da humildade. Na realidade, o Natal é também a festa da luz que não é acolhida pela gente “eleita”, mas pela gente pobre e simples que esperava a salvação do Senhor. Em primeiro lugar, gostaria de desejar a todos vós – cooperadores, irmãos e irmãs, Representantes pontifícios disseminados pelo mundo – e a todos os vossos entes queridos um santo Natal e um feliz Ano Novo. Desejo agradecer-vos c