A vida é feita de ciclos. Da folia do carnaval chegamos à época da quaresma - tempo de conversão, penitência e caridade.
Muitas vezes o ativismo do cotidiano não nos faz perceber a importância dos rituais para as nossas vidas. Ignoramos que somos antes de tudo um animal espiritual,cercado de emoções e sentimentos. Sem a presença do Divino nos tornamos insípidos, amorfos. O que nos dá vida plena e o que nos preenche é a dimensão do transcendente, daquilo que há de vir.
Crer não é apenas um modismo ou uma tradição. Crer é, antes de tudo, a perpetuação da dimensão humana no grande cenário das relações que se fortalecem na fé que alimentamos em um Deus que é bondade e misericórdia.
Se negamos a Ele essa parternidade, nos tornamos órfãos e perdemos esse teia indivisível que nos liga ao outro como irmão. Já que não somos ilhas e repugnamos a solidão, o encontro com Deus nos universaliza e nos torna,em meio de bilhões de homens e mulheres neste planeta, uma só família, a família humana.
Por isso, o tempo da quaresma é também o tempo de repensarmos nossas ações e a forma como vemos o próximo. Seremos melhores e viveremos mellhores à medida que compreendermos que há um Deus que nos convoca a construir uma história, movida pelo amor e pela certeza de que ele é Pai e, como pai, sempre nos dará uma luz mesmo quando estivermos atravessando os abismos existenciais.
Isso nos dá a convicção de que nascemos para a vitória e se, nessa travessia, as tempestades da vida surgirem em nosso caminho, há um leme - Deus - que nos fará singrar as procelas e chegar à praia da superação, sereno e revigorado.
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