Um dia depois de anunciar com estardalhaço seu rompimento com o governo, Eduardo Cunha dá um passo atrás e se reposiciona. Na sexta-feira (17), ele anunciou a criação de duas CPIs com nítido desejo de criar problemas para o governo: a do BNDES e a dos fundos de pensão.
No dia seguinte, por meio do Twitter, disse que não há "pauta vingança" e foi mais longe ao afirmar que "não tem o histórico de ajudar a implementar o caos na economia por pautas que coloquem em risco as contas públicas".
Se do ponto de vista político Cunha fez um movimento tão brusco que não levou seguidores importantes, nem mesmo em seu próprio partido, quando anunciou as duas CPIs que constrangem o governo ele mexeu também com o mundo econômico e financeiro. Um público com o qual buscava ainda maior aproximação, incluindo na pauta da Câmara projetos de interesse desse grupo. Um exemplo foi o projeto que trata da terceirização.
Entre empresários e bancos há a preocupação com a crise política e estagnação da economia. E mais lenha nesta fogueira não interessa a eles. Talvez aí esteja a justificativa para a guinada de Cunha. Sem ganho político neste primeiro instante e se afastando do grupo econômico, Cunha fez o recuo rapidamente.
"Ele se tornou interlocutor importante de empresários, e tocar o fogo no circo não interessa a eles", analisou um ministro do governo Dilma.
Mas, para recuperar e conquistar mais força política, Cunha vai precisar responder ponto por ponto as acusações que recaem sobre ele no âmbito da Operação Lava Jato.
Comentários
Postar um comentário