Pular para o conteúdo principal

HORA DE APROVEITAR A OPORTUNIDADE, por Gustavo Cerbasi

O enfraquecimento da economia extrapolou as conversas de bares. A crise está estampada nos indicadores econômicos, nos números de queda do emprego, de alta dos juros, de queda do valor do real e de fechamento de fábricas e do comércio. O Brasil engatou a marcha a ré.
Esse é o discurso da maioria das pessoas. Mas, para uma minoria, o que chegou foi o período de oportunidades. Perceba:
  • Por causa da crise, muitos estão perdendo empregos. Pela mesma razão, aqueles capazes de realizar múltiplas tarefas ou de reduzir custos estão sendo contratados.
  • Por causa da crise, os juros subiram, tornando os financiamentos quase que inviáveis. Porém, a alta dos juros está fazendo a festa dos que possuem recursos investidos, mesmo com perfil conservador.
  • A crise está levando ao desespero construtoras e incorporadoras. O mesmo ocorre com montadoras e lojas de veículos. Neste instante, quem está capitalizado para boas compras conseguirá ótimas negociações.
  • Alguns vendem imóveis em desespero, a preços baixos, para dar fôlego ao orçamento de seus negócios ou de sua família. Esse é o cenário em que o sonho da casa própria ocorre a preços menores do que há dois anos.
  • Com o dólar alto, famílias cancelam suas viagens à Disney. No mesmo instante, cidades do interior do Brasil celebram a safra recorde com o dólar melhor para eles.
A palavra crise é inadequada. Deveríamos chamar de tempos de ajuste os períodos de economia recessiva, resultantes de erros cometidos em tempos de bonança. A crise ocorreu lá atrás, na forma de fazer escolhas.
Em tempos de bonança, de economia a todo vapor, o otimismo faz com que pessoas saiam de casa para comprar um automóvel de R$ 30 mil e voltem para casa com um de R$ 40 mil. “Dá para pagar, vale o sacrifício!”, é o que dizem. Então, a boa compra se transforma em uso do cheque especial e empréstimos para pagar o custo de vida que aumentou. Com dificuldades, quem comprou mal deixou de consumir, sumiu das lojas, afundou em problemas e fomentou a crise.
Em tempos de bonança, outros preferiram criar reservas financeiras. Não assumiram gastos maiores do que podiam pagar. Começaram o 2015, que prometia ser difícil, com dinheiro no banco. Confiaram na segurança da renda fixa, já que os juros vinham subindo. Agora, começam a socorrer aqueles que fizeram más escolhas, dar liquidez em troca de boas oportunidades. Assim se constrói riqueza. Aproveitando as vacas gordas, para acumular reservas que darão saltos de valor nas próximas crises. Qual é sua estratégia? Aproveitar o momento? Ou lamentar e esperar o fim da crise para voltar a errar?
Gustavo Cerbasi é consultor financeiro e autor de Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, Investimentos Inteligentes e Adeus, Aposentadoria, todos pela Editora Sextante.
Acesse os perfis no Twitter e Facebook.

Publicado originalmente na Revista Época em 11/07/2015.
Artigo protegido por direitos autorais. Reprodução autorizada desde que citada a fonte www.maisdinheiro.com.br.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO: Filha de cobrador de ônibus que ir para HARVARD

"Mais do que 30 medalhas conquistadas em olimpíadas de física, química, informática, matemática, astronomia, robótica e linguística no mundo todo, a estudante Tábata Cláudia Amaral de Pontes, de 17 anos, moradora de São Paulo, guarda lembranças, contatos, culturas e histórias dos amigos estrangeiros que fez por onde passou. Bolsista do Etapa,Tábata que é filha de uma vendedora de flores e um cobrador de ônibus conclui em 2011 o terceiro ano do ensino médio e encerra a vida de "atleta." O próximo desafio é ingressar na universidade. A jovem quer estudar astrofísica e ciências sociais na Harvard University, nos EUA, ou em outra instituição de ensino superior americana. Está participando de oito processos seletivos para conseguir bolsa de estudos. "Com ciência é possível descobrir o mundo. Eu me sinto descobrindo o mundo e fico encantada com o céu" Tábata Amaral, estudante Também vai prestar física na Fuvest, medicina na Universidade Estadual de Campinas (Un...

NOSSA RECONHECIMENTO AO DR. FERNANDO TELES DE PAULA LIMA

Não tenho dúvidas de que a magistratura cearense tem em seus  quadros  grandes juízes, mas destaco o Dr. Fernando Teles de Paula Lima como um dos maiores expoentes dessa nova safra. Durante os dez anos de atuação na Comarca de Massapê nunca se ouviu falar de qualquer ato que desabonasse sua conduta. Ao contrário, sempre desempenhou sua árdua missão com a mais absoluta lisura e seriedade. Fato inclusive comprovado pela aprovação de seu trabalho junto à população de Massapê. Ainda hoje me deparo constantemente com muitos populares que  lamentam sua ausência e afirmam que a sua atuação como Juiz neste município garantiu a tranquilidade e a paz da população. Sem dúvida a passagem do Dr. Fernando Teles na Comarca de Massapê marcou a história do judiciário deste município. Tive a satisfação de com ele conviver nesses dez anos. Aprendi bastante. Fui testemunha de um homem sério que tratava a todos da mesma maneira, não se importando com a origem social ou  a condição econô...

REFLEXÃO DO DOMINGO:ECLESIÁSTICO, 20 - Quando calar e quando falar

1.Há repreensões inoportunas; e há quem se cale, demonstrando ser prudente. 2. Quanto é melhor repreender, do que guardar a cólera! 3. Aquele que confessa a falta, impedirá seu próprio dano. 4. Como a paixão de um eunuco para deflorar uma jovem, assim é aquele que pretende fazer justiça pela violência. 5. Há quem, ficando calado, é reconhecido como sábio; e há quem se torne odioso, por falar demais. 6. Há quem se cale por não ter resposta; e há quem se cale por senso de oportunidade. 7. O sábio se cala até que chegue o momento oportuno; o loquaz e o insensato deixam passar a ocasião. 8. Quem multiplica as palavras se faz detestar, e quem pretende impor-se há de ser odiado. Como é belo que manifeste arrependimento quem foi censurado; pois assim há de evitar uma falta voluntária. Contrastes 9. Alguém pode tirar proveito de seus males, ao passo que uma felicidade inesperada pode transformar-se em dano. 10. Há presentes que não te são proveitosos, e há ...