Pular para o conteúdo principal

Fragilidade política do governo dificulta ajuste fiscal, POR BETH CATALDO

A fragilidade política do governo explica a maior parte dos obstáculos que as medidas propostas para o ajuste fiscal estão enfrentando no Congresso Nacional, deixando em suspenso as chances de a meta de superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) ser alcançada neste ano. “Não vai ter solidariedade”, comenta o economista Raul Velloso, referindo-se à resistência dos parlamentares em aceitar a receita indigesta apresentada pela equipe econômica para equilibrar as contas públicas do país.
A experiência de 2003, quando o atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ocupava a Secretaria do Tesouro Nacional, foi lembrada por Velloso para ilustrar o forte componente político que envolve os processos de ajuste fiscal. Naquele ano, aplicou-se um corte de 10% dos chamados gastos discricionários, que não envolvem despesas obrigatórias, com impacto não apenas nas rubricas de custeio como também nos recursos de investimento.
A diferença em relação ao momento atual, segundo ele, é que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha musculatura política suficiente para impor as medidas consideradas necessárias para garantir a estabilidade econômica. Até mesmo para sinalizar, naquele início do primeiro ano do Partido dos Trabalhadores (PT) na Presidência da República, que o compromisso com a matriz econômica herdada do governo anterior era para valer.
A única saída possível preconizada por Velloso, na situação atual, é a negociação: “Se alguém achou que seria diferente, enganou-se”. O mais provável é que a disputa por “migalhas”, de acordo com sua expressão, acentue-se entre os ministérios já submetidos a uma dieta severa de contenção, antes mesmo da sanção da lei orçamentária pela presidente Dilma Rousseff. Em fevereiro, o decreto presidencial 8412 reduziu a 1/18 avos os gastos mensais autorizados na administração direta.
O agravamento das disputas políticas no Congresso, com repercussão inevitável na tramitação das medidas do ajuste fiscal, obrigará o ministro Joaquim Levy a se desdobrar em novas frentes de negociação. E que já não se limitam às áreas do Executivo e do Legislativo, estendendo-se também aos movimentos sociais. Sua onipresente figura pública coloca à prova o seu fôlego político e pessoal.
Na última segunda-feira, o ministro da Fazenda esteve às voltas com os manifestantes da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), que lhe barravam a entrada na porta do ministério. Depois de negociar com os representantes do movimento no início da manhã, ainda voltou a sentar-se com eles e outros ministros do governo à tarde. No texto assinado pela CUT Nacional, no site da entidade, a promessa registrada é que não haverá cortes no orçamento do setor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO: Filha de cobrador de ônibus que ir para HARVARD

"Mais do que 30 medalhas conquistadas em olimpíadas de física, química, informática, matemática, astronomia, robótica e linguística no mundo todo, a estudante Tábata Cláudia Amaral de Pontes, de 17 anos, moradora de São Paulo, guarda lembranças, contatos, culturas e histórias dos amigos estrangeiros que fez por onde passou. Bolsista do Etapa,Tábata que é filha de uma vendedora de flores e um cobrador de ônibus conclui em 2011 o terceiro ano do ensino médio e encerra a vida de "atleta." O próximo desafio é ingressar na universidade. A jovem quer estudar astrofísica e ciências sociais na Harvard University, nos EUA, ou em outra instituição de ensino superior americana. Está participando de oito processos seletivos para conseguir bolsa de estudos. "Com ciência é possível descobrir o mundo. Eu me sinto descobrindo o mundo e fico encantada com o céu" Tábata Amaral, estudante Também vai prestar física na Fuvest, medicina na Universidade Estadual de Campinas (Un...

NOSSA RECONHECIMENTO AO DR. FERNANDO TELES DE PAULA LIMA

Não tenho dúvidas de que a magistratura cearense tem em seus  quadros  grandes juízes, mas destaco o Dr. Fernando Teles de Paula Lima como um dos maiores expoentes dessa nova safra. Durante os dez anos de atuação na Comarca de Massapê nunca se ouviu falar de qualquer ato que desabonasse sua conduta. Ao contrário, sempre desempenhou sua árdua missão com a mais absoluta lisura e seriedade. Fato inclusive comprovado pela aprovação de seu trabalho junto à população de Massapê. Ainda hoje me deparo constantemente com muitos populares que  lamentam sua ausência e afirmam que a sua atuação como Juiz neste município garantiu a tranquilidade e a paz da população. Sem dúvida a passagem do Dr. Fernando Teles na Comarca de Massapê marcou a história do judiciário deste município. Tive a satisfação de com ele conviver nesses dez anos. Aprendi bastante. Fui testemunha de um homem sério que tratava a todos da mesma maneira, não se importando com a origem social ou  a condição econô...

REFLEXÃO DO DOMINGO:ECLESIÁSTICO, 20 - Quando calar e quando falar

1.Há repreensões inoportunas; e há quem se cale, demonstrando ser prudente. 2. Quanto é melhor repreender, do que guardar a cólera! 3. Aquele que confessa a falta, impedirá seu próprio dano. 4. Como a paixão de um eunuco para deflorar uma jovem, assim é aquele que pretende fazer justiça pela violência. 5. Há quem, ficando calado, é reconhecido como sábio; e há quem se torne odioso, por falar demais. 6. Há quem se cale por não ter resposta; e há quem se cale por senso de oportunidade. 7. O sábio se cala até que chegue o momento oportuno; o loquaz e o insensato deixam passar a ocasião. 8. Quem multiplica as palavras se faz detestar, e quem pretende impor-se há de ser odiado. Como é belo que manifeste arrependimento quem foi censurado; pois assim há de evitar uma falta voluntária. Contrastes 9. Alguém pode tirar proveito de seus males, ao passo que uma felicidade inesperada pode transformar-se em dano. 10. Há presentes que não te são proveitosos, e há ...