Da Folha de S.Paulo – Érica Fraga
A percepção de aumento da corrupção combinada à expectativa de piora nas condições de vida deflagrou uma crise de representação no país, evidenciada pelo aumento na rejeição aos partidos políticos.
A fatia dos brasileiros que dizem não ter um partido de preferência saltou de 61% em dezembro de 2014 para 71% em janeiro deste ano. Trata-se do maior patamar desde o início da série histórica do Datafolha para essa pergunta, em agosto de 1989.
A rejeição à representação política já tinha dado um salto em junho de 2013 --época dos protestos que pararam o país--, quando passou de 55% para 64%. Desde então, oscilou próxima a esse patamar, mesmo durante a eleição presidencial de 2014.
O aumento registrado agora foi silencioso, sem novas manifestações abrangentes de rua, mas confirma o desalento da população brasileira. Isso se refletiu nas respostas a outras perguntas do Datafolha, como as expectativas em relação ao futuro da economia e ao da própria situação financeira de cada um.
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