Merval Pereira, O Globo
A definição de
que a chapa PSB e Rede é uma resposta ao autoritarismo do governo
petista, que tentou inviabilizá-la de todas as maneiras, é uma postura
de combate do ex-governador Eduardo Campos e mostra bem a linha de
atuação que ele e a ex-senadora Marina Silva terão durante a campanha
eleitoral.
Com o lançamento da chapa Campos-Marina, fica definido
um dos principais postulantes pela oposição à sucessão da presidente
Dilma, acabando a especulação de que Marina não aceitaria um posto
inferior na chapa, ela que estaria em 2º lugar na corrida presidencial
se fosse candidata isolada.
Marina aceitou ser vice de Campos, mas
não se considera em plano inferior politicamente, tanto que disse que
caminhará “lado a lado” com ele. Essa visão, antes de ser um complicador
para a composição da chapa, é uma solução para que os eleitores
“marinistas” não se sintam desprestigiados e possam trabalhar para a
transferência de votos de Marina para a chapa que o ex-governador de
Pernambuco encabeça.
Eduardo Campos e Marina Silva. Foto: Givaldo Barbosa / O Globo
Campos,
em entrevista prévia ao lançamento da chapa “pura” — Marina filiou-se
ao PSB depois de ter sido negado o registro da Rede e repetiu ontem as
críticas ao governo por tentar inviabilizá-la —, teve uma boa saída para
explicar sua dissidência, depois de ter participado dos dois governos
Lula e dos primeiros anos do de Dilma: “Esse governo decepcionou não só a
mim, mas a muitos dos outros milhões que nele votaram”.
A outra
postura que marcará a campanha da dupla foi definida pelo economista
Eduardo Gianetti: essa chapa é a terceira via, uma alternativa para os
eleitores que já estariam cansados da polarização entre PT e PSDB que
vem marcando as disputas para a Presidência desde 1994. Seguindo a linha
de seus líderes, Gianetti disse que os avanços construídos tanto por
FHC quanto Lula não foram seguidos por Dilma, frustrando assim o
eleitorado.
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