O risco de o PSB lançar uma candidatura própria ao Palácio do Planalto em 2014 tem ameaçado a manutenção dos governos do PSB nos Estados. Mas esse não é o único sacrifício em torno do projeto nacional dos socialistas. Um levantamento preliminar, feito pela direção nacional do PT, aponta para crise que o presidenciável Eduardo Campos (PSB) encontrará na formação dos palanques estaduais do partido na hora de colocar na rua sua candidatura.
Governadores e aliados de Campos têm procurado alertá-lo da ação orquestrada pelo PT para esvaziar seus palanques. Mas, até o momento, o pernambucano não dá sinais de recuo. Pelo contrário, tenta encurralar os governadores do Ceará, Cid Gomes, e do Espírito Santo, Renato Casagrande, ambos do PSB, que estão cada vez mais próximos de Dilma. O PT, no entanto, decidiu dobrar a aposta. E deixou vazar no tal levantamento que não terá candidato aos governos do Ceará e do Espírito Santo.
Os candidatos escolhidos pelos governadores Cid Gomes e Casagrande serão “ungidos” pelo PT de Dilma, num gesto de agradecimento pelo apoio à reeleição da petista. O documento também mostra que o partido tem, hoje, nomes aptos a disputar o governo de 18 estados, inclusive Pernambuco. Segundo os dirigentes petistas, esse número deve diminuir a partir do momento em que o partido começar a definir as alianças em torno do palanque de Dilma.
"Uma definição mais clara começa a se acertar depois do dia 5 de outubro com o fim do prazo de filiações para quem vai disputar 2014", disse o presidente do PT, Rui Falcão. Outro fator determinante para fechar as contas será a candidatura - ou não - de Eduardo Campos à Presidência.
Caso o pernambucano desista de sua arriscada empreitada palaciana, o PT abrirá mão de lançar candidatos aos governos de Pernambuco e Piauí, além de cumprir sua promessa de apoio a reeleição de Camilo Capiberibe (PSB) no Amapá. Para 2014, a prioridade é reeleger a presidente Dilma e ampliar suas bancadas na Câmara e no Senado, para não ficar mais refém dos aliados. Em troca, o comando petista exigirá sacrifícios de sua base nas disputas para governador.
COM PMDB
O levantamento prévio ainda revela apoios do PT a candidatos peemedebistas no Pará, Amazonas, Alagoas e Paraíba - estado comandado pelo PSB, mas que os petistas já estão praticamente fechados com a candidatura do senador Vital do Rego. Entretanto, o PMDB tem vistas voltadas para a candidatura de Luiz Fernando Pezão, no Rio de Janeiro, e Eunício Oliveira, no Ceará.
No Rio, o PT só deve dar sua palavra final sobre a candidatura de Pezão no início do ano que vem, após conferir se houve recuperação da popularidade do governador Sérgio Cabral (PMDB), alvo de protestos diários em junho. Já no Ceará, Eunício acompanha com atenção a movimentação do governadorm Cid que, caso opte por lançar seu candidato à sucessão, contará com o apoio do PT, mas conversa também com o PSDB, cujo o pré-candidato ao Planalto é o senador Aécio Neves.
*Jornal Aqui Ce
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