"Apoiado pelo ex-presidente FHC, pelo ex-senador Tasso
Jereissati (CE), pelo atual presidente nacional do partido, deputado
Sérgio Guerra (PE), e a maioria dos governadores, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) deve ser o escolhido para comandar seu partido em 2013,
ampliando suas viagens pelo país e dando início à construção de sua
candidatura ao Palácio do Planalto nas eleições de 2014.
Neste primeiro momento, a prioridade de Aécio é buscar consenso
dentro do próprio partido. Justamente por isso, tem procurado
aproximação maior com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Maior colégio eleitoral do país, Aécio tem interesse no apoio de São
Paulo para que o PSDB saia unido dos debates que definirão o candidato a
presidente do partido e candidato a presidente da República, que só não
será Aécio se ocorrer algum acidente de percurso.
Atingido esse objetivo – que não será fácil, pois nas últimas duas
eleições presidenciais (2006 e 2010) Aécio Neves demonstrou pouca
disposição de apoiar os candidatos paulistas do PSDB ao Planalto,
respectivamente Geraldo Alckmin e José Serra, principalmente em seu
estado, Minas Gerais –, o foco de Aécio será a construção de seu
discurso. Vale lembrar que em 2012, durante seu mandato como senador,
Aécio levou para a agenda a discussão de temas importantes envolvendo
mineração, setor elétrico e economia.
O que também já se observa nas manifestações do senador é a defesa do
governo FHC, esquecida pelo PSDB nos últimos dez anos, críticas ao
governo Dilma Rousseff na área gerencial e a busca de uma bandeira
alternativa para tentar viabilizá-lo eleitoralmente.
Após o consenso político interno e a construção do discurso, caberá a
Aécio Neves o difícil desafio de buscar aliados que façam o PSDB romper
o seu isolamento no tabuleiro eleitoral.
Nos últimos dez anos, PSDB e DEM, os dois principais partidos de
oposição, encolheram eleitoralmente, o que significa perda de bases
significativas no país. Tanto o DEM quanto o PPS, naturais aliados do
PSDB, agora relutam em embarcar em uma nova jornada com os tucanos.
Sem unidade interna, um discurso alternativo eficaz e uma política de
alianças mais ampla, Aécio Neves terá dificuldades para fazer frente a
um governo altamente popular e com muitos aliados.
Não bastassem todos esses desafios, Aécio terá mais um à frente do
comando nacional do PSDB. Trata-se do chamado mensalão mineiro ou
mensalão tucano, que, caso seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal em
2013, imporá ao senador o desafio de responder aos ataques políticos
que lideranças de seu partido sofrerão.
Uma boa notícia para Aécio é a provável criação do Partido da
Solidariedade liderado por Paulinho da Força Sindical, uma das mais
expressivas lideranças sindicais do país. O movimento de Paulinho é
apoiado por Aécio Neves.
Com o enfraquecimento dos demais partidos de oposição, o tucano
precisa buscar novas alianças. Além de aproximar Aécio da classe
trabalhadora, tradicional reduto do PT no qual o PSDB tem pouca
penetração, o partido também pode fragilizar um pouco a base governista."
(Por Murillo de Aragão – cientista político)
(com o blog do Eliomar)
(com o blog do Eliomar)
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