Durante muito tempo para mim o dia
de domingo era um tomento. Não sei se pelo fato da proximidade da
segunda-feira ou em razão de ter que assistir ao Domingão do Faustão.
Com o passar dos dias fui percebendo que o dia de domingo era bastante
agradável, momento ideal para organizar as coisas e colocar em dia a
leitura. Oportunidade, também, de assistir à missa e agradecer a Deus
por tantas coisas boas que Ele nos concede.
Na
verdade o que quero discutir nesse contexto são as convenções criadas
pelos homens, arbitrariamente, como, por exemplo, as denominções dos
dias: Segunda, Terça (...) O que é mais interessante é que passamos a
dar feições próprias a cada dia da semana. Segunda é o dia
Internacional da Preguiça, a sexta é bacana porque está perto do final
de semana, o domingo é chato(...) e por aí vai.
Não
percebemos que os dias guardam os seus mistérios. Não há um sequer
igual ao outro. Aquele encontro com aquele amigo no café das cinco
jamais se repetirá da mesma forma, sob o mesmo estado das coisas. Aquele
instante foi único, singular. É possível até reeditá-lo em um outro
dia, mas tudo acontecerá com uma outra expectativa: talvez num final de
tarde chuvoso em que a televisão divulgava a morte de um ator querido.
As cenas não são as mesmas pois os fatos que cercaram a ocasião foram
outros.
Isso nos faz
refletir das muitas vezes que perdemos a oportunidade de viver o dia
como se fosse o último de nossas vidas. Se a morte traiçoeiramente
chegar, levará conosco os momentos não vividos, os amores não sentidos,
o perdão não oferecido. Pensando assim veja cada dia com a magia que
lhe é própria, não espere ocasiões especiais para vestir aquela roupa
legal, para declamar aquela poesia, para fazer uma declaração de amor.
Afinal,todos os dias são dias para amar, festejar, celebrar, perdoar e
realizar.
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