Quando falo em educação sempre tenho dito que o papel da família na formação da criança é indelegável.Esse assunto costumeiramente trato nas reuniões de pais do Colégio Luciano Feijão. Tem sido prática comum a atitude de alguns deles de atribuirem à escola a responsabilidade única pela formação de seus filhos. Sem dúvida alguma a instituição-escola é fundamental nesse processo, todavia sua atuação não substitui, por nenhum instante, o papel imprescindível dos pais na construção de um sujeito moral consciente.
Cada vez mais me assusta a transferência de responsabilidade nessas “relações”. Os pais, muitas vezes, entregam seus filhos na escola e dizem: “se virem”. Tal fato é extremamente preocupante e raiz dos desmantelos que assistimos no mundo atual: crianças e adolescentes se drogando, prostituindo-se, cometendo delitos de toda natureza.
Fica patente que a educação pressupõe partilha,divisão de papéis, responsabilidade e compromisso.A família é o primeiro referencial de qualquer ser humano. Nela se deve aprender os limites de nossa atuação, a compreensão das diversidades e o respeito ao outrem. Crianças criadas sem limites, sem percepção de que suas atitudes geram consequências, tornam-se adultos problemáticos com sérias dificuldades de relacionamento, propensos a comportamentos neuróticos, cuilminando até numa personalidade deliquente.
Isso impõe, com efeito, a compreensão da necessária intervenção dos pais no processo de formação dos filhos, através do diálogo e, principalmente, do afeto. Não há bilateralidade construtiva numa relação a dois sem a experimentação do amor(ágape). O amor que exige entrega, doação, comprometimento e renúncia. Colocar os filhos no mundo não é apenas um ato sequencial da evolução, muito menos um atributo exigido pela sociedade. Trata-se, na verdade,de uma missão que tem dia para começar mas não se sabe a data de seu término.Se a isso nos propomos, devemos compreender que nosso papel como pais é indelegável e nos exigirá uma atuação constante, permanente e ininterrupta. Esse é preço das nossas escolhas.
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