"O futuro presidente do Banco Central é uma pessoa reservada e de poucos sorrisos. Mas se engana quem pensa que Alexandre Tombini — que fará 47 anos dia 9 e é funcionário de carreira da autoridade monetária do país, com alto conhecimento técnico — não tem traquejo político. Há anos vem sendo um dos principais interlocutores do BC com o Ministério da Fazenda, quando há um assunto mais delicado em pauta.
E controvérsias não faltaram nos últimos tempos, já que o atual presidente do BC, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nunca esconderam que havia mais do que uma disputa profissional em torno da condução da política econômica.
A briga entre os dois entrou, há tempos, no campo pessoal. Segundo interlocutores, Tombini tem tato para apagar incêndios.
Essa característica conciliadora do futuro presidente do BC é pouco conhecida no mercado, que ainda quer ver a capacidade de Tombini para aguentar pressões, sobretudo para reduzir mais rapidamente a taxa básica de juros.
Hoje, a Selic está em 10,75% ao ano, a maior do mundo. É uma taxa de juro real (descontada a inflação) de cerca de 5,5%. A presidente eleita, Dilma Rousseff, pretende chegar ao fim de seu governo com essa taxa em torno de 2%.
Tombini, segundo pessoas próximas a ele, é bastante tranquilo, gosta de ouvir mais do que falar e não é centralizador.
Há consenso sobre sua capacidade técnica. Ele ajudou a criar o Departamento de Pesquisas do BC e foi um dos formuladores do regime de meta de inflação adotado desde 1999 e considerado um dos principais pilares da economia brasileira, como ressalta a própria Dilma.
Com Ph.D em economia na Universidade de Illinois (EUA), trabalhou para o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2001 a 2005."
Fonte: Blog do Noblat
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