Permiti-me fazer algumas observações sobre o novo cenário da peleja eleitoral do Ceará. Por essa ninguém esperava. Acaba o namoro político de mais de 24 anos que unia os líderes cearenses Tasso e Ciro Gomes. Na verdade, sempre foi para muitos motivo de incógnita as razões que faziam subsistir uma aliança entre Tasso e Ciro, embora pertencentes a partidos de linha ideológica diversa.
Assim aconteceu nas eleições presidenciais e nas disputas ao Governo do Estado, nas últimas décadas. O que aconteceu agora? De fato a posição de Tasso no Senado é virulenta e ataca de frente Lula. Com a mão na caneta, e grandes possibilidades de fazer o sucessor, o Presidente resolveu pressionar o PSB a apoiar a candidatura de Pimentel ao Senado Federal.
Mesmo tergiversando, Cid Gomes não encontrou alternativa. Tentou ganhar tempo, levando a história com a barriga. Ciro, por outro lado ferido, perdeu suas forças para interferir no processo. Saiu da cena política e voltou mais fragilizado ainda. Sem perspectiva de candidatar-se, tem à sua frente o ostracismo político, ou quem sabe, um Ministério no futuro Governo de Dilma.
Enquanto isso, Tasso via seu caminho encurtando e as candidaturas de Eunício e Pimentel ganhando fôlego. Ligou o sinal amarelo. Exigiu uma definição de CID. Mais uma vez Cid saiu pela tangente pois não sabia o que dizer, afinal, nos bastidores, o recado de Lula deixou um estrago.
Dois caminhos apontavam: manter a aliança com o PT ou romper ? Ocorre que os ventos da sucessão presidencial apontam para os vermelhos. Não é fácil brigar com o Governo Federal, principalmente em se tratando de um Estado pobre e cheio de adversidades. Enfim, sobrou para o Tasso o “cano de carroceria”.
Quem ganha com isso? A meu ver o Ceará, pois como dizia Nelson “toda unanimidade é burra”. É preciso, para a democracia, o equilíbrio de forças, uma vez que é sadio para o debate político.
Como a política é dinâmica, como já prelecionava Gonzaga Mota, vamos esperar os próximos capítulos dessa história.
Comentários
Postar um comentário