Hoje cedo no Fórum me deparei com a dor de um homem simples que havia perdido a esposa há pouco mais de sete meses. Seus olhos se encheram de lágrimas ao relatar a morte da companheira com quem tinha convivido por longos anos. Tentei encorajá-lo a seguir em frente.
Depois fui refletir como a morte é brutal e misteriosa. Chega-nos abrupta, traiçoeira e soberana.
Não sabemos o dia (ainda bem!), mas é a única certeza que temos.
Tão genial é a vida que nos faz esquecer da morte... sabemos que um dia ela baterá em nossa porta, mas torcemos bravamente que este momento seja protraído por anos-além. Mas se ela nos atinge de alguma forma, não conseguimos compreendê-la. Atiramo-nos em um abismo de dor.
Resta-nos viver cada dia como se fosse o último. Aproveitar o instante como projeção do todo. Saber dizer que ama sem preocupar-se em ser correspondido. Perdoar pelo simples fato de ser humano. Fazer o bem porque só ele agrega, constroi, edifica.
Afinal, não se deve perder um minuto sequer da vida se negando a ser feliz. Falo de uma felicidade que não se restringe a projetar inquietações materiais, mas a felicidade que só o orvalho, o sol, o resplandecer da vida nos permitem contemplar. Aquela que cada um traz consigo, lá no seu íntimo, mas muitas vezes prefere procurar lá longe...É como uma história de amor que tem fim e dilacera a alma, mas a brisa suave da lembrança, com um encanto insondável, faz-nos mergulhar no mistério que não se finda pela morte, que continua a pulsar teimando em existir, em estar presente...Afinal, não se mata o amor...o amor não morre... ele vai seguindo feito um anjo torto, enfrentando procelas em mares tempestuosos, ganhando asas de imaginação, eternas asas.
Caro Albuquerque, Águia de Sobral, alvíssaras!
ResponderExcluirRuminava com o coração a crônica que então teceste, tão carregada de filosofia, e me punha a comungar com a tua reflexão. Como de fato é inexorável o encerramento da nossa passagem pela terra e como a gente se esquece de realmente valorizar o que de mais importante deve ser. Apegamo-nos ao que há de talvez menos importante, porquanto passageiro, a despeito do nome: matéria. O vil metal, o patrimônio material, dão-nos, é fato, uma sensação aparente de grande conforto e prazer; mas o que é dele sem o grande recheio das verdadeiras e tão caras amizades, que nos enchem a alma de alegria e paz. Deleitar-me-ei, espero, ainda, em outros textos de que possa fazer uso e leitura nesse teu tão precioso blog. Um abraço fraternal.
Sérgio Feitosa