Achei interessante essa abordagem de Foris Fausto que foi publicada no blog do César Maia e resolvi transcrevê-la:
Itens destacados do artigo "Irrelevância da Política?”, do historiador, no Estado de SP, 31/05.
1. Acredito que muitos façam como eu. Leio os títulos da primeira página, vou direto às matérias internacionais e algumas outras, mas apenas passo os olhos pelas páginas que tratam da política nacional. Irrelevância do tema? De modo algum. Essa leitura reflete um sentimento de cansaço, decorrente da repetição de eternos problemas, nunca ou quase nunca solucionados.
2. De seu elenco, extraio alguns: o desequilíbrio entre os três Poderes da Federação, resultando na hipertrofia do Poder Executivo; a questão da representação política e dos partidos; o caráter transgressor da cultura política.
3. A hipertrofia de nosso Executivo, esboçada no governo FHC, pelo uso excessivo das medidas provisórias, escalou no governo Lula, com o acréscimo de expedientes escandalosos, de que o mensalão é o exemplo mais gritante, e da cooptação generalizada. A esse processo corresponderam o esvaziamento da atividade própria do Poder Legislativo e a desmoralização grotesca de vários de seus membros.
4. A crise do Legislativo liga-se ao problema da representação. Excetuada uma parcela minoritária do eleitorado, o elo entre o suposto representante, a quem é conferido o mandato popular, e o representado simplesmente inexiste.
5. O caráter transgressor da cultura política é um problema complexo. Aqui, a diferença do que ocorre em democracias estáveis se situa tanto no aspecto quantitativo quanto no qualitativo. Em nosso caso, poucos membros da classe política se arrependem de transgressões maiores ou menores. Mais ainda, estão convencidos da legitimidade de procedimentos irregulares.
VAMOS NÓS: Seria redundante afirmar que temos um ranço do Estado patrimonialista onde se confunde o público com o privado. O pior é que se perdeu a noção de que a coisa pública pertence ao tecido social diifuso, não a um particular ou a determinado grupo. Mais imoral ainda é perceber que os valores éticos são ignorados pela classe política. A prática do "me arruma que eu te ajudo" é profundamente desonesta e própria de uma conduta transgressora dos princípios maiores da administração pública, mais precisamente dos ditames da probidade e da impessoalidade.
Concordo com o Professor Bóris Fausto no fato de as notícias se repetirem e o desequilíbrio dos três poderes ser gritante, porém a culpa não é só do Governo Lula... É mais antigo! Já está encravado em nossas cabeças! Concordar com tais escândalos e medidas e na hora das eleições votar novamente nos mesmos candidatos, que nos proporcionaram tal espetáculo trágico (muitas vezes se vendendo), virou uma constante. Temos que investir mesmo é em educação e cultura para todos para retirar esse pensamento ridículo da cabeça do povo brasileiro. Culpar o governo Lula do crime é facil, mas a culpa que ele tem mesmo é de não fazer a mudança tão esperada protagonizada por ele.
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