"A economia americana registrou uma contração de 6,2% no quarto trimestre, de acordo com a segunda estimativa de desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) do país entre outubro e dezembro do ano passado. A primeira estimativa, divulgada no mês passado, mostrava uma contração de 3,8%. O dado revisado é o pior desde a queda de 6,4% ocorrida no primeiro trimestre de 1982. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo governo americano.
O novo dado sobre o PIB é baseado em informações mais completas do que as que estavam disponíveis à época da primeira divulgação, em janeiro. A estimativa apresentada hoje reflete as reduções de estoques por parte das empresas e quedas nas exportações e na demanda dos consumidores americanos.
"A queda no PIB no quarto trimestre refletiu as contribuições negativas das exportações, dos gastos dos consumidores, das vendas de equipamentos e software e dos investimentos residenciais fixos", diz o comunicado do Departamento do Comércio, divulgado hoje.
"A maior parte dos componentes contribuiram para uma queda muito maior no PIB no quarto trimestre que no terceiro [de 0,5%]", diz o documento. Segundo o governo, as vendas finais de computadores tiraram 0,01 ponto percentual (p.p.) do PIB no trimestre passado. Já as vendas de veículos tiraram 2,04 p.p.
A economia dos EUA está em recessão desde dezembro de 2007, segundo o Nber (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês). Recessão, segundo o Nber, é um significativo declínio na atividade econômica e que costuma durar mais que alguns poucos meses: ela começa quando a economia atinge um pico do ciclo econômico e termina quando atinge o ponto mais baixo. Para o Nber, a economia americana atingiu um pico em dezembro de 2007, marcando o fim do ciclo de expansão começado em novembro de 2001 e o início da recessão.
O critério mais comum para determinar se um país está em recessão ou não, no entanto, é uma sequência de dois trimestres consecutivos de desempenho negativo do PIB (Produto Interno Bruto). Nesse critério, a economia dos EUA também está em recessão --no terceiro trimestre houve uma contração de 0,5%.
Na terça-feira (24), o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, disse que a economia americana sofre uma "severa contração" e é preciso utilizar todos os instrumentos disponíveis para que o país saia da recessão.
Ele prevê, no entanto, que a recessão terá fim neste ano e 2010 será "um ano de recuperação", se forem tomadas medidas pelo governo para estabilizar os mercados financeiros. "Se ações forem adotadas pelo governo e o Congresso e o Fed forem bem-sucedidos em restaurar alguma medida de estabilidade financeira há uma perspectiva razoável de que a atual recessão venha a terminar em 2009 e de que 2010 seja um ano de recuperação", disse.
Fonte: Folha on Line, 27/02/2009, às 10:15h
VAMOS NÓS: Percebe-se claramente que uma nova discussão deve ser travada no cenário mundial. Se o comunismo não sobreviveu, segue no mesmo caminho o capitalismo. Vê-se, portanto, que há de surgir um novo debate sobre a concepção de Estado que queremos. O que se verifica é que a visão arrojada do liberalismo econômico soçobrou e fez surgir um enorme fosso de desigualdade. Temos, naturalmente, que repensar o papel do Estado, advertindo-se para sua dinâmica e concreção.
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