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A ESTRANHA ARITMÉTICA ELEITORAL, por CARLOS CHAGAS

Dos quase 143 milhões de eleitores aptos a votar a 5 de setembro, 40 milhões estão em São Paulo. É o maior colégio eleitoral do Brasil, mas seria bom lembrar que 103 milhões encontram-se em outros estados.
Estranha aritmética, essa. Como entender a estratégia dos marqueteiros dos candidatos presidenciais quando, desde que começou a campanha eleitoral, todos, sem exceção, desenvolveram em São Paulo mais da metade de suas campanhas?
Tome-se ontem, apenas como um exemplo. Dos três grandes e dos múltiplos pequenos candidatos, todos, com uma exceção, transitavam por São Paulo, ora em passeatas, reuniões partidárias, comícios e preparação de programas televisivos. Apenas Aécio Neves permaneceu em Brasília, senador que é, por conta do esforço concentrado praticado pelo Congresso esta semana.
Com todo o respeito aos paulistas, a verdade é que os pretendentes ao palácio do Planalto estão esquecendo a maior parte do Brasil. Na paulicéia estão os votos e o dinheiro, em maior parte, mas só lá? Até Dilma esteve no interior do estado, ajudada pelo aparato presidencial de avião de luxo, segurança inflada e mordomias inerentes à chefia do poder Executivo. Marina pode dizer que mora lá, como outros, mas em tempo de campanha, não é para ficar em casa.
O eleitorado paulista deu seguidas mostras de ser conservador. Evidência é a permanência dos tucanos no governo local, praticamente desde que Franco Montoro tornou-se governador, com raras alternâncias. Apenas Aécio Neves segue o figurino social-democrata, entre os candidatos. Os demais são ou se dizem de esquerda, isto é, entram na toca da raposa esperando surpreendê-la. Ou andam atrás de recursos que as elites paulistas detém em maior número?
De qualquer forma, seria bom os chefes de campanha dos candidatos atentarem que nem o eleitorado nem o país limitam-se a São Paulo. Afinal, 103 milhões de votos não podem ser desprezados em troca de 40 milhões mais ricos.
DEBATE AMORFO, INSOSSO E INODORO
A Justiça Eleitoral e o Congresso precisam rever a legislação que regula as campanhas eleitorais. Repetiu-se segunda-feira, no SBT, aquilo que semana passada assistimos pela TV-Bandeirantes: durante os debates entre os presidenciáveis caiu a audiência dessas duas redes. As novelas venceram com ampla folga. E mais será nos próximos debates, porque as regras do confronto dos candidatos dão sono. Levam o cidadão a deixar a sala e tomar um cafézinho na cozinha. Exceção de raros momentos em que dois adversários de peso são postos um contra o outro, o resto é perfumaria, a cargo de singulares personagens em busca de alguns minutos de exposição mas cônscios de não serem candidatos para valer. Inflam o próprio ego e atrapalham a discussão dos grandes temas nacionais.
Nada contra os mestres de cerimônia dos programas, Ricardo Boechat na primeira vez e Carlos Nascimento, agora. Comportaram-se conforme o figurino, e bem. Na verdade, o que atrairia as atenções gerais seria, como nas lutas de boxe, o embate entre dois contendores, olho no olho ou punhos nos punhos. Dirão os otimistas que isso acontecerá no segundo turno das eleições, mas até lá a paciência nacional estará esgotada.
As redes de televisão deveriam ser liberadas para selecionar os candidatos que quisessem, de acordo com as pesquisas, mas dois de cada vez. E sem os óbvios penduricalhos dos previamente derrotados, todos seguidores do saudoso Dr. Enéas.
Para completar, outra crítica: não pegou a lei que proibia espetáculos pirotécnicos na propaganda eleitoral gratuita.O que mais se vê são imagens espetaculares onde os candidatos constituem mero detalhe. Para valer, mesmo, esse tipo de propaganda deveria resumir-se a uma câmera e a um banquinho onde, sentado, o candidato dissesse a que vem

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