Que o governador do Ceará, Cid Gomes, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, têm ideias conflitantes acerca, principalmente, das eleições de 2014 não é segredo para ninguém.
A desarmônica relação entre os correligionários alterna momentos de aparente trégua, com momentos de troca de farpas e ameaças públicas.
Atualmente, o cenário é de fogo cruzado. Em entrevista ao jornal Valor Econômico desta quarta-feira (04), Cid Gomes enumerou as incoerências de Eduardo e afirmou que a candidatura do correligionário ao Palácio do Planalto terá uma votação inexpressiva.
Convidado a fazer um prognóstico sobre a eleição presidencial de 2014, o governador apostou em um segundo turno entre Dilma Rousseff (com 40% dos votos) e Marina Silva (com 20% dos votos). Nas conjecturas de Cid, Campos amargaria a quinta posição, com mirrados 7% dos votos.
Instigado pelo repórter, que perguntou se o potencial de Eduardo Campos seria de apenas 10% dos votos, o cearense não titubeou: “Não tenho bola de cristal, mas o natural é isso".
Sintetizando a análise, o pessebista acredita que a eleição de 2014 será marcada por um confronto entre a afirmação e a negação da política. Esse “voto de protesto”, de descrença na política, levaria a ex-ministra Marina Silva ao segundo turno.
Sobre os demais candidatos, Cid acredita que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o também tucano José Serra – que pode mudar de partido para concorrer à Presidência - conseguirão por volta de 13% e 14%.
Nessa disputa, o governador atribui o mau desempenho do correligionário à falta de estrutura partidária. "Quem é que tem mais estrutura. O PSDB ou o PSB? Para mim, o PSDB tem mais estrutura. Marina também não tem, mas canaliza um sentimento de protesto", justificou.
Com esse cenário posto, Cid Gomes reafirma sua insatisfação com o lançamento da candidatura própria do PSB. Confrontado com o argumento de que o partido estaria usando a candidatura de Campos em 2014 como uma estratégia de longo prazo para torná-lo conhecido nacionalmente na eleição seguinte, em 2018, o irmão de Ciro Gomes apontou uma incoerência.
"Mas por que estes argumentos não valeram para 2010? Estávamos encerrando um ciclo, era o fim do governo Lula. Na época, o Ciro [Gomes] tinha 17% nas pesquisas, a Dilma entre 7% e 10% e o partido preferiu a Dilma. Não estou com ressentimento. Mas hoje o Eduardo tem 7% e estamos no meio de um ciclo de governo do qual participamos. O que mudou? Em 2010, compreendi. Meu irmão foi sacrificado e o partido fez a opção de se beneficiar regionalmente", argumentou.
Outra incoerência de Campos destacada por Cid foi a aproximação do pernambucano com o mineiro Aécio Neves. Em um encontro realizado em Recife os dois adversários selaram acordos para unir esforços contra a força do governo federal. Cid mostrou desprezo em relação ao acerto: "Isso nega toda a nossa história. Fomos oposição ao PSDB".
Fonte: Ceará News
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