Ao me deparar com a última edição da Revista Nova Escola( Editora Abril), causou-me espanto as informações contidas na Reportagem “O Pisa além do Ranking”(Pág. 76/80). A matéria mostra que o Brasil é 53º colocado entre os 65 países participantes do Programa Internacional de Avaliação dos Alunos(pisa). O Pisa tem como objetivo determinar em que medida os estudantes na faixa de 15 anos possuem conhecimentos para uma inserção participativa na sociedade.
No caso do Brasil, o mais grave é constatar que seis em cada dez jovens de 15 anos ou não reúne condições para fazer a prova do Pisa ou não é capaz de compreender textos relativamente simples. Essa tragédia pode ser explicada pelo fato de a prova do Pisa ser extensa e requerer fôlego de leitura. Lamentavelmente, o estudante brasileiro não tem hábito de leitura, principalmente de textos que são mais complexos e longos. Não vou longe em dizer que sinto isso na pele. Muitos leitores do blog têm me dito que não leram determinados artigos que escrevi neste espaço porque eram longos. E pensar que a maioria deles não passa de 50 linhas. Isso demonstra como fomos equivocadamente orientados para a leitura na escola. Hoje quando digo a um colega que terminei de ler um livro de 700 páginas, tal afirmação soa como um absurdo.
Na verdade, a escola se rendeu a indicar leituras com muitas gravuras e poucos escritos. Depois, a mídia eletrônica passou a ser referência, principalmente aquela que traz textos curtos e enxutos. Enfim, o esforço da leitura se perdeu na superficialidade de textos sem maior fundamentação e precário embasamento científico e/ou literário. Vale ilustrar que meus alunos na Faculdade de Direito sempre reclamam quando se tem muito o que ler. É, na verdade, um sintoma cultural. Fica mais fácil assistir a um filme do que ler o livro que trata do mesmo assunto. É a velha máxima da lei do menor esforço. Como conseqüência dessa tragédia inconsciente, vê-se um país despreparado para os grandes desafios com profissionais pouco qualificados e carentes de uma visão estratégica e producente. Afinal, sem leitura somos massa de manobra, facilmente manipulável. Nossa história sabe disso. Mas nem tudo está perdido pois se você chegou até aqui na leitura desse texto é porque faz parte da pequena minoria que tem a consciência que ler exige esforço. Siga em frente e sucesso!
Olá Carlos Albuquerque,eu concordo inteiramente com você.As pessoas não querem se esforçar e sempre procuram ir pelo caminho "mais fácil",isso é lastimável mesmo,elas perdem o grande prazer que a leitura e o conhecimento nos proporciona.
ResponderExcluirSou leitora assídua do seu blog,parabéns por ele!
Meu amigo irmão Carlinhos, seu BLOG me faz recordar da Ágora,a praça grega que foi lugar onde as experiências filosóficas ganharam caráter dialético. A filosofia do cotidiano, a reflexão de cada dia extrapola a verdade hermética, fechada e se abre à percepção do outro. Portanto,merece todo nosso respeito suas postagens oportunas,sábias,demostênicas. R.
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