Foi esta pergunta feita a mim, neste final de semana, pelo amigo Dr. Mesquita, grande urologista radicado na Capital do Estado. Depois de um longo bate-papo filosófico, esta indagação caiu como um estalo: POR QUE O MAL EXISTE?
De imediato respondi a ele com uma outra indagação: Se o "mal" não existisse, como saberíamos o que era o "bem"? Na verdade, só conseguimos distinguir as coisas a partir de um referencial. A existência do bem é aquilatada a partir de sua antítese, isto é, a percepção do mal. Sabemos que uma pessoa é boa quando tem uma conduta honrada, pratica boas ações, respeita seu semelhante. Tal fato nos é apercebido porque contrastamos com a ação daqueles que praticam o mal: são pessoas de conduta duvidosa, egoístas, desonestas. Nesse contexto, percebemos que o mal se constitui, na verdade, da ausência do bem. Onde o bem não se assenta, o mal se irradia.
Trazendo o debate, agora, à primeira parte da indagação: Se Deus é bom, por que o mal existe? Naturalmente esta dúvida cerca a humanidade. Como pode o Deus da bondade permitir o mal? Para entendermos tal questionamento é preciso, primeiramente, atentar-se para a compreensão que Deus é Justiça. Sendo Justiça seu imperativo é o BEM. O homem é sua criação, daí por que deveria representar sempre o bem. E por que não age dessa forma? Não age dessa forma porque lhe foi dado o livre-arbítrio. Foi permitido ao homem a liberdade de fazer escolhas, de tomar atitudes. Afinal, se a inteligência Divina assim não tivesse concebido a natureza humana, não seríamos homens, mas sim autômatos - pessoas predispostas a agir de maneira única por um manual de conduta universal. Como consequência perderíamos nossa liberdade, nossa individualidade e nossa capacidade criativa.
Sei que o preço do livre-arbítrio é muito caro para Deus. Imagino sua dor diante das atrocidades praticadas, ao longo da história, por suas criaturas. Mas se Ele, do alto de sua sabedoria, não aceitasse esse destino manifesto, poria em extinção sua própria obra, uma vez que tiraria do homem a capacidade de ser bom, não pela imposição, mas sim pela escolha voluntária.
NÃO ACREDITO QUE PERDI ESSA DISCUSSÃO.........
ResponderExcluirTambém não opinarei por aqui. O assunto é extenso demais!!! hehehe... Mas lembrarei de uma pergunta e resposta, rápidas, em episódio envolvendo José Saramago por ocasião do lançamento de "O evangelho segundo Jesus Cristo":
Jornalista: Como pode existir homens bons sem Deus?
Saramago: Da mesmo forma que existem os homens maus com Deus.
Grande abraço!
professor muito bom, visita meu blog mwpensata.blogspot.com
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