Quando vinha hoje à noite ao Colégio Luciano Feijão, atravessando a Pericentral, avistei as luzes fulgurantes de uma LUA CHEIA. Era algo fantástico!!! Permiti-me por alguns instantes esquecer do frenético trânsito e do apito insistente dos motoristas sempre apressados. Pude contemplar a beleza daquele momento. Lembrei-me de que São Francisco um dia acordou a cidadezinha de Assis, pelas badaladas do sino de uma Igreja, conclamando a todos a admirar a beleza de uma lua cheia. Foram raivosas as manifestações ao gesto do Santo.
Tudo isso me fez refletir que com o passar dos dias estamos perdendo a sensibilidade e a capacidade de admirar-se. Vivemos em um tempo que enclausura um olhar contemplativo, arrefece os sonhos, desmorona a criatividade. Passamos pelo belo sem reverenciá-lo. Nossa percepção se perde à distância de um sorriso negado, de um afeto subtraído, restando migalhas dos amores que se foram. Somos incapazes de sorrir para vida, de enxergar no outro a extensão de nós mesmos. Surrupiamos de nós as expressões de carinho, de apreço. Tornamo-nos máquinas pensantes, despidas de sentimentos.
Foi avistando a lua cheia que algo em mim se fez mais forte: sou parte da grande safra de Deus. Não me vou negar a esperança que move os sonhos, a alegria que insiste em brotar no sorriso de uma criança e a certeza de que a vida não se resume na formatação de um papel social, na acumulação de riqueza, na satisfação profissional. Vai muito mais além. Mas se quero vivê-la em sua plenitude devo me permitir admirar as pequenas coisas, saber contemplá-las e, ao final, descobrir o verdadeiro sentido da vida: viver!!
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